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Arquitetos: Pitagoras Group
- Área: 10460 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:João Morgado
Descrição enviada pela equipe de projeto. A escola situa-se próxima do centro da vila das Taipas, numa área urbana já consolidada e foi construída a partir de uma outra escola existente que veio a ser demolida na sua totalidade. Nesse sentido, a intervenção proposta visava, não apenas a substituição das antigas instalações escolares, edificadas a partir de um esquema totalmente disfuncional e que há muito deixaram de reunir as condições mínimas para a prática do ensino e da aprendizagem, propondo também a requalificação e ordenamento de todo o espaço que se encontra dentro dos limites do terreno, com o desenho dos seus espaços exteriores, de novos campos de jogos, de áreas ajardinadas ou ainda de novas áreas para os recreios dos alunos, estabelecendo novas relações com a sua envolvente.
Foram definidos um conjunto de princípios concretos para desenvolvimento do projecto que seguidamente se elencam. Organização funcional e a consequente hierarquização de funções, fundamentais para uma utilização fácil e agradável como em qualquer edifício, procurando conseguir uma grande clareza na sua organização funcional e espacial, que se traduz numa percepção fácil dos elementos estruturantes do edifício. Foi também tida em conta a relação com a comunidade, nomeadamente no que diz respeito à utilização dos seus espaços complementares, como sejam o auditório, a biblioteca e as infra-estruturas desportivas que, em grande parte, determinam a sua localização. As características topográficas do terreno, com diferenças de cota assinaláveis entre as várias plataformas existentes, bem como a sua pequena dimensão, tendo em conta a complexidade e extensão do programa, implicaram uma grande simplificação formal, adoptando uma solução radicalmente diferente da existente para a implantação do novo edifício.
Definiram-se duas plataformas de implantação para o edifício e quatro áreas funcionais que podemos identificar e caracterizar. A primeira acomoda as funções que, como se disse atrás, entendemos serem de carácter mais público ou passível de ser utilizado pela comunidade. Para as salas de aula, criámos três corpos autónomos, de forma que seja possível colocar os vários escalões etários em diferentes locais, conseguindo-se uma maior organização na distribuição dos alunos. No piso inferior, ligado directamente aos espaços exteriores de recreio, colocaram-se todas as salas e respectivos espaços complementares que constituem o núcleo de educação visual e tecnológica. Foram desenhados vários pátios para que fosse possível criar ventilação transversal e entrada de luz a poente, permitindo que os espaços de apoio às aulas e o corredor de circulação possam ser também iluminados de forma natural.
Aquela que definimos como a quarta área funcional, é composta pelas instalações para educação física e desporto, nomeadamente os ginásios e pavilhão gimnodesportivo. O volume ficará encostado ao muro de suporte, e terá a cobertura, de grande dimensão, ajardinada e integrada no espaço de jardim. O espaço exterior terá uma das grandes conquistas deste projecto, uma vez que, e apesar da grande extensão do programa, como já referimos atrás, procuramos uma solução que pudesse compatibilizar as duas realidades existentes.
Neste sentido, os três volumes destinados à actividade lectiva serão sobre elevados, servindo para dotar os espaços exteriores de amplas zonas cobertas e libertando assim uma grande área para actividades ao ar livre e de recreação. Tendo em conta que o terreno tem cerca de 22.000m2, foi possível conseguir 16.000m2, aproximadamente, de espaço livre utilizável.